Se a tecnologia dos carros de corrida acaba melhorando os carros de rua, a tecnologia desenvolvida para o espaço também pode melhorar os carros de corrida.

A inovação foi desenvolver um método de ligar os fios em uma configuração plana, em forma de tecido.
Graças aos avanços nas ligações elétricas desenvolvidas para satélites e observatórios espaciais, algumas equipes de Fórmula 1 estão colocando nas pistas carros mais leves e potencialmente mais rápidos.
Sofisticadas técnicas de ligação desenvolvidas para satélites pela Agência Espacial Europeia (ESA) estão sendo usadas em carros de Fórmula 1, substituindo o tradicional chicote elétrico.
Chicote elétrico
O chicote elétrico é um feixe de fios que transmite energia e dados por todo o carro – ele é a peça individual mais cara de um carro comum. E uma das mais pesadas de um carro de corridas, devido à quantidade de controles e sensores para coletar dados de telemetria.
“Identificamos uma necessidade no mercado espacial, em que são necessárias ligações robustas, flexíveis e leves, capazes de aguentar grandes forças,” conta Terry McManus, gerente de projeto Tekdata Cryoconnect, a empresa que desenvolveu os chicotes elétricos para os satélites da ESA.
No espaço, a Cryoconnect começou a usar materiais que se tornam supercondutores nas baixas temperaturas no espaço, sem exigir o resfriamento que os supercondutores exigem a temperatura ambiente.
Mas sua maior inovação foi desenvolver um método de ligar os fios em uma configuração plana, em forma de tecido – uma tecnologia que pode ser aplicada aos fios de cobre usados nos carros.

O chicote elétrico é a peça mais cara, mais complexa, e uma das mais pesadas de um carro.
“O componente que conseguimos trazer para a equação foi a seleção de materiais exóticos bem como a metodologia da trama,” disse Terry.
Estes feixes lisos de cabos elétricos já equiparam numerosas missões espaciais, incluindo os telescópios Herschel e Planck. A mesma tecnologia será usada no telescópio espacial James Webb, o sucessor dos observatórios Hubble e Spitzer.
Fórmula Espacial
Nos últimos anos, a empresa decidiu trazer o que tinha aprendido no espaço para usar nas corridas de carro.
“Muitas das nossas soluções espaciais são mais avançadas do que a atual tecnologia disponível no mercado dos carros de competição. As equipes têm confiado na mesma tecnologia durante vários anos. Estamos transferindo as melhores práticas do espaço para o automobilismo,” disse Terry.
O que mudou basicamente foi a forma como os cabos são reunidos. Tipicamente, os cabos elétricos são enrolados em um chicote redondo, mas um “tecido elétrico” tem várias vantagens.

O que mudou basicamente foi a forma como os cabos são reunidos.
Nos carros de corrida, por exemplo, fica mais fácil encaixar a fiação, por baixo da carroceria ou no corpo do carro. Como quase tudo nos carros de competição é acionado eletricamente, a quantidade de fios é gigantesca, devendo chegar a cada ponto do carro.
“Pode ficar liso, é flexível e encaixa em locais onde um cabo tradicional não caberia,” disse o engenheiro.
Isto significa que a aerodinâmica do carro não é comprometida e nem sofre restrições pela colocação dos cabos, levando a um melhor desempenho e a um menor peso, o que é crucial na corrida.
Fonte: Inovação Tecnológica
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