4 de setembro de 2013

Físicos americanos criam relógio atômico mais preciso do mundo


 Foto mostra o relógio atômico ultra estável fabricado por cientistas americanos. O relógio de itérbio é mais preciso do que qualquer outro relógio atômico.  (Foto: AFP Photo/NIST)
Foto mostra o relógio atômico ultra estável.

  Físicos americanos revelaram, nesta quinta-feira (22), a criação do relógio atômico experimental mais preciso do mundo, com variação inferior a um segundo em 13,8 bilhões de anos, a idade estimada do Universo.

    O relógio funciona com átomos de itérbio e raios laser, o que permite uma regularidade de pulsação dez vezes superior à registrada nos relógios atômicos atuais.
  Em comparação a um relógio de quartzo, o novo dispositivo é 10 bilhões de vezes mais preciso.
  O dispositivo tem importantes implicações potenciais, como na medida do tempo universal, na aferição dos GPS e sobre sensores de distintas forças, como gravidade, campos magnéticos e temperatura, explicou à AFP Andrew Ludlow, físico do Instituto Nacional de Normas e Tecnologia (NIST) e um dos principais autores do estudo, publicado na revista americana "Science".
  "Trata-se de um progresso importante na evolução dos relógios atômicos da próxima geração atualmente desenvolvidos no mundo", destacou Ludlow.
  Como os demais, os relógios atômicos mantêm a medida do tempo baseando-se na duração do segundo, que corresponde a um fenômeno físico que se reproduz regularmente, mas enquanto os relógios mecânicos utilizam o movimento de um pêndulo, os atômicos se baseiam na frequência sempre constante da luz necessária para fazer vibrar um átomo de césio, a referência internacional atual.
  Os últimos relógios atômicos se baseiam em 10.000 átomos de itérbio resfriados ligeiramente acima do zero absoluto (-273,15 graus Celsius). Esses átomos estão presos em tramas óticas formadas por raios laser.
  O laser pulsa 518.000.000.000.000 vezes por segundo, criando uma transição entre os dois níveis de energia nos átomos que assegura uma vibração de uma regularidade inclusive maior que a de um átomo de césio e poderá conduzir a uma nova definição internacional do segundo e, por consequência, do tempo universal.

3 de setembro de 2013

Tecidos ciborgues misturam biológico e eletrônico

Tecidos ciborgues misturam biológico e eletrônico
A matriz de tecido vivo foi construída sobre um chip que permite a interação eletrônica com os nanossensores incorporados no interior das células.
Biologia eletrônica
Uma nova técnica permite criar "tecidos ciborgues" incorporando redes de sensores eletrônicos biocompatíveis no interior de tecidos vivos.
É a primeira vez que tecidos biológicos e componentes eletrônicos são verdadeiramente mesclados em uma matriz 3D.
E, mais importante para a funcionalidade do tecido artificial, os componentes eletrônicos incorporados estão na mesma escala de grandeza que as unidades do sistema biológico com as quais eles visam interagir.
Esses tecidos ciborgues abrem um sem-número de possibilidades de aplicações, incluindo o controle de próteses robotizadas, equipamentos de estimulação muscular e neurológica, monitoramento da saúde, além de avanços na chamada eletrônica analógica, imitando reações das células vivas e na criação de cérebros robóticos.
Redes de nanossensores
Bozhi Tian e seus colegas de várias instituições construíram redes em nanoescala, usando nanofios de silício, cada um medindo 80 nanômetros de diâmetro.
As redes porosas foram montadas em estruturas parecidas com andaimes, sendo a seguir semeadas com células.
Em um meio de cultura adequado, as células cresceram em culturas 3D, graças ao suporte da nanotela, de forma mais parecida com os tecidos vivos - normalmente, em laboratório as células são cultivadas bidimensionalmente, sobre o fundo de discos de Petri.
A maioria dos experimentos envolvendo a conexão de circuitos eletrônicos com células vivas, por sua vez, tem-se limitado à criação de interfaces entre o biológico e o eletrônico, criando os chamados chips bioeletrônicos.
Esses experimentos trabalham igualmente em 2D, geralmente com as células sendo cultivadas na superfície de componentes eletrônicos já prontos.

Tecidos ciborgues misturam biológico e eletrônico
Amostra de um sensor de nanofio atrelado às células no interior do tecido artificial.
Bioengenharia eletrônica
O uso de componentes em nanoescala permitiu incorporar no meio do tecido componentes eletrônicos que têm a mesma dimensão das estruturas da matriz extracelular, que circunda as células no interior dos tecidos.
"Com esta tecnologia, pela primeira vez pode-se trabalhar na mesma escala que a unidade do sistema biológico, sem interferir com ele. Em última análise, trata-se da fusão de tecidos vivos com a eletrônica de uma maneira que torna difícil determinar onde acaba o tecido e onde começam os componentes eletrônicos," resumiu o Dr. Charles M. Lieber, da Universidade de Harvard.
Para testar o conceito, a equipe usou células do coração e neurônios.
Usando as redes de nanofios de silício, eles foram capazes de detectar sinais elétricos gerados por células no interior do tecido artificial, assim como medir alterações nesses sinais em resposta a drogas que estimulam o músculo cardíaco ou as células nervosas.
Além disso, o estudo mostrou a viabilidade da construção de vasos sanguíneos artificiais, usando técnicas de bioengenharia, e usar as redes eletrônicas incorporadas para medir alterações no pH dentro e fora dos vasos - uma simulação do que acontece no corpo em resposta a uma inflamação, por exemplo.

Tecidos ciborgues misturam biológico e eletrônico
Os nanofios compõem a malha de sensores que permite a leitura e a atuação sobre células individuais.
Aplicações dos tecidos ciborgues
Os cientistas afirmam que é difícil enumerar as possibilidades de aplicação de seus tecidos ciborgues.
Esse material biológico-eletrônico permitirá, de um lado, a incorporação de circuitos eletrônicos em seres vivos e, de outro, o uso de células vivas em sistemas eletrônicos do tipo biochip ou "lab-on-a-chip", para testar novos medicamentos, por exemplo.
A curto prazo, a incorporação de circuitos eletrônicos permitirá o desenvolvimento de tecidos artificiais, permitindo detectar o que está ocorrendo, tanto química quanto eletricamente, conforme o tecido cresce em laboratório, e depois de ele ser implantado.
O crescimento de tecidos vivos em estruturas 3D vem sendo desenvolvido ao longo das últimas décadas. Contudo, a abordagem tradicional envolve usar suportes temporários, que precisam ser dissolvidos depois que o tecido cresceu.
"Aqui, os suportes permanecem, e de fato desempenham um papel ativo," disse o Dr. Daniel Kohane, do Hospital Infantil de Boston, um dos participantes da pesquisa.
"No corpo, o sistema nervoso autônomo se encarrega de monitorar o pH, as reações químicas, o suprimento de oxigênio e outros fatores, e acionar as respostas necessárias," explica.
"Nós precisamos ser capazes de imitar esses circuitos de feedback intrínsecos a fim de manter um controle preciso em nível celular e de tecido," completa o Dr. Kohane.

Autonomia universitária em xeque


Ilustração: Gilberto Yamamoto/Gazeta do Povo /

Casos recentes levantam discussão sobre a independência das universidades e os interesses do governo.
Embora sejam vinculadas à estrutura do governo, é garantido por lei às universidades a necessária autonomia para atingir a excelência nos três pilares que regem seu funcionamento – ensino, pesquisa e extensão. Sem a devida independência, as instituições de ensino superior ficariam reféns das mudanças políticas trazidas pelas eleições a cada quatro anos. Casos recentes, no entanto, vêm levantando questionamentos sobre o respeito a esse princípio no país.
Desde que o governo federal, em julho, deu sinais de que pretendia mudar o currículo de Medicina, estudantes e entidades profissionais têm ido às ruas denunciar o que consideram uma imposição. O acréscimo de dois anos na formação acadêmica e a obrigatoriedade dos recém-formados de trabalharem no Sistema Único de Saúde (SUS) foram rechaçados por representantes da categoria e passou-se a exigir do governo mais diálogo com a comunidade acadêmica antes de qualquer mudança.
Outra situação de interferência externa na grade curricular ocorreu na área do Direito. No fim do mês passado, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propôs ao Ministério da Educação a inclusão do estágio de seis meses em comunidades carentes, como favelas, dentro da grade do curso. Em participações pelo site do Vida na Universidade, alunos chamaram a proposta de “modismo” e reclamaram do que consideram uma intromissão da OAB.
Para a diretora do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Claudete Reggiani, as recentes proposta do governo para os cursos de Medicina são até interessantes, mas foram muito mal apresentadas. “Eles poderiam ter perguntado se vale a pena aumentar para oito anos a formação. Não o fizeram e agora todos dizem que não vale.” Ela acrescenta ainda que o modo como a proposta chegou ao conhecimento da categoria gerou muita informação equivocada.
Já o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), professor Waldemiro Gremski, afirma que os exemplos ilustram a distância entre o conceito de autonomia expressa pela Constituição e a realidade. Ele classifica o caso da interferência nos cursos de Medicina como uma agressão. “Todas essas mudanças que querem aprovar deviam ser previamente discutidas com as universidades e passado por conselhos”, diz.
Numa comparação com o que ocorre no exterior, Gremski lamenta que o Brasil esteja tão distante do que ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos. “Eles têm o melhor sistema universitário do mundo e o controle do Estado sobre as universidades é mínimo. As instituições têm muito mais liberdade para criar”, diz.
No PR, caso Unespar gerou discórdia entre universidades e governo,
Em maio, a escolha do governo por Paranavaí, no Noroeste do estado, para receber a sede da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) deu início a uma série de manifestações por parte de professores, alunos e funcionários da instituição. Eles alegam que o governo feriu o princípio da autonomia ao ignorar a decisão do Conselho Universitário, tomada em 2011, de estabelecer a sede em Curitiba.
Apesar das passeatas no centro da capital e dos protestos diante da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais aprovaram em 4 de junho a instalação da Reitoria em Paranavaí. Na ocasião das passeatas, críticos à decisão alegaram tratar-se de uma escolha meramente política, que não levou em conta argumentos de ordem prática, como a facilidade de acesso e a localização geográfica das oito faculdades que compõem a Unespar.
Contudo, entre os argumentos do governo para justificar a decisão, foi citada a oportunidade de desenvolver a região Noroeste do estado, além das vantagens oferecidas pela prefeitura de Paranavaí, que ofereceu infraestrutura e manutenção para que a sede fosse estabelecida lá. (JDL)
Entrevista
João Carlos Gomes, reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e presidente da Associação Brasileiras de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais Brasileiras (Abruem).
O que é e até onde vai a autonomia universitária no Brasil?
O melhor conceito e mais simples de definir autonomia é a capacidade que a instituição tem de fazer opções e tomar decisões. Para a universidade, a autonomia acadêmica, orçamentária, financeira e administrativa é fundamental. Esta última, é dada por intermédio da destinação de recursos atrelados a um porcentual de impostos da receita do Estado. No entanto, ela não deve ser confundida com soberania. As universidades se submetem às leis estaduais e federais e aos órgãos de controle, como o TCE e o TCU.
Por que esses aspectos da autonomia são importantes à universidade e à comunidade acadêmica?
Com a autonomia, aumenta a corresponsabilidade de todos os segmentos da universidade. O Conselho Universitário decide onde deve gastar os recursos de acordo com as prioridades estabelecidas em um plano de desenvolvimento institucional. A contratação de professores, o investimento em infraestrutura , os ajustes no custeio, os programas especiais — como a internacionalização — devem prever flexibilização para que a universidade possa mudar o foco da aplicação de recursos durante o ano em função do andamento e da prioridade dos projetos, como acontece nas melhores, mais qualificadas e produtivas universidades em todo o mundo.
São comuns conflitos entre interesses do governo e a autonomia da universidade ? Infelizmente, há uma cultura entre os governantes brasileiros, de forma geral, que os leva a entender que os recursos financeiros aplicadas nas universidades são gastos, e não investimentos. No entanto, se fizermos uma análise de todos os países que tiveram crescimento econômico e social nas ultimas décadas, notaremos que houve a participação efetiva das universidades. O que os políticos precisam compreender é que as nossas universidades públicas devem ser tratadas como política de Estado e não como política de governo.

Programa de rádio

Nessa terça-feira (03) as 10h30 foi ao ar um programa de rádio gravado por membros do PET Engenharia Química. A reprise ocorrerá no sábado (07) as 08h30. 
Nesse projeto são gravados programas semanais, sendo um grupo PET por semana. Nessa semana foram apresentadas algumas das contribuições da Engenharia Química para a sociedade, como por exemplo os materiais plásticos, os fertilizantes e produtos biomédicos

Confira os programas dos grupos PET da UEM na Rádio UEM FM 106,9 todas as terças-feiras e sábados as 10h30 e 08h30 respectivamente!!